viernes, 20 de septiembre de 2013

A singularidade está próxima: Upload de mentes em 2045?

Em 2045, os seres humanos alcançarão a imortalidade digital, fazendo o upload de suas mentes para computadores – ou pelo menos é o que alguns futuristas acreditam. Essa noção serviu de base para o Global Futures 2045 International Congress, uma conferência realizada nos dias 14 e de 15 junho.
Upload de mente
A conferência, que é ideia do multimilionário russo Dmitry Itskov, caiu em algum lugar entre a ciência hardcore e ficção científica.
Kurzweil – um diretor inventor, futurista e agora engenheiro do Google – prevê que até 2045, a tecnologia terá ultrapassado a inteligência humana para criar uma espécie de superinteligência – um evento conhecido como singularidade. Outros cientistas disseram que os robôs vão ultrapassar os humanos em 2100. [Robôs inteligentes irão dominar o mundo ainda esse século?]
Segundo a lei de Moore, o poder de computação dobra aproximadamente a cada dois anos. Várias tecnologias estão passando por avanços exponenciais semelhantes, desde o sequenciamento genético até a impressão em 3D, Kurzweil disse aos participantes da conferência. Ele ilustra o ponto com uma série de gráficos mostrando a subida inexorável de várias tecnologias.
Em 2045, “com base em estimativas conservadoras da quantidade de computação que você precisa para simular funcionalmente um cérebro humano, nós vamos ser capazes de ampliar o alcance de nossa inteligência em um bilhão de vezes”, disse Kurzweil.
Itskov e outros interpretam esta singularidade iminente como a imortalidade digital. Especificamente, eles acreditam que em poucas décadas, o homem será capaz de fazer o upload de suas mentes para um computador, que transcende a necessidade de um corpo biológico. A ideia soa como sci-fi, e é – pelo menos por agora. A realidade, porém, é que a engenharia neural está fazendo avanços significativos em direção a modelar o cérebro e desenvolver tecnologias para restaurar ou substituir algumas de suas funções biológicas.

Próteses cerebrais

Avanços substanciais têm sido feitos no campo das interfaces cérebro-computador (BCI, ou também chamado de interfaces cérebro-máquina). O implante coclear – onde o nervo coclear do cérebro é estimulado eletronicamente para restaurar uma sensação de som para alguém que está com dificuldades de audição – foi o primeiro verdadeiro BCI. Muitos grupos estão agora desenvolvendo BCIs para restaurar habilidades motoras, após danos ao sistema nervoso a partir de um acidente vascular cerebral ou lesão medular.
José Carmena e Michel Maharbiz, engenheiros elétricos da Universidade da Califórnia, em Berkeley, estão trabalhando para desenvolver novos BCIs. Estes dispositivos consistem em conjuntos de eletrodos minúsculos que captam os sinais neurais de áreas motoras do cérebro, que são então decodificados por um computador e utilizados para controlar um cursor de computador ou prótese (tal como um braço robótico). Carmena e Maharbiz falaram sobre o desafio de fazer uma BCI que funcione de forma estável ao longo do tempo e não precisa ficar presa a fios.
Theodore Berger, engenheiro neural da Universidade de Southern California, em Los Angeles, está levando as BCIs a um novo nível de desenvolvimento de uma memória da prótese. Berger pretende substituir parte do hipocampo do cérebro, a região que converte memórias de curto prazo para as de longo prazo, com um BCI. O aparelho registra a atividade elétrica que codifica uma simples memória de curto prazo (como apertar um botão) e o converte em um sinal digital. Esse sinal é transmitido para um computador, onde é matematicamente transformado e, em seguida, alimentado de volta para o cérebro, onde fica selado como uma memória de longo prazo. Ele testou com sucesso o aparelho em ratos e macacos, e agora está trabalhando com pacientes humanos.

Upload de mente

A conferência deu uma guinada surreal quando Martine Rothblatt – uma advogado, autora e empresária, e CEO da empresa de biotecnologia United Therapeutics Corp – subiu ao palco. Até o título da palestra de Rothblatt era provocativo: “O objetivo da biotecnologia é o fim da morte.”
Rothblatt introduziu o conceito de “mindclones” – versões digitais dos seres humanos que podem viver para sempre. Ela descreveu como os clones de mente são criados a partir de uma “mindfile”, uma espécie de repositório online de nossas personalidades, que ela discutiu que os humanos já têm (no Facebook, por exemplo). Este mindfile seria executado em “mindware”, um tipo de software para a consciência. “A primeira empresa que desenvolver o mindware terá o sucesso de mil Googles”, disse Rothblatt.
Mas será que tal mindclone estará vivo? Rothblatt pensa assim. Ela citou uma definição de vida como um código auto-replicante que se mantém contra a desordem. Alguns críticos têm evitado o que Rothblatt chama “dualismo cartesiano assustador”, argumentando que a mente deve ser incorporada em biologia. Pelo contrário, o software e hardware são tão bons quanto materiais biológicos, argumentou.
Rothblatt passou a discutir as implicações da criação de mindclones. A continuidade de si mesmo é um problema, porque a sua pessoa já não habita apenas um corpo biológico. Então, mind-clone terá direitos civis, o que seria a “causa célebre” para o século 21, Rothblatt disse.

O mundo quântico

Em paralelo com a conversa de tecnologias cerebrais e upload de mente, muito foi dito sobre a natureza da consciência no universo. O físico Roger Penrose, da Universidade de Oxford e outros discordam com a interpretação do cérebro como um simples computador. Penrose argumenta que a consciência é um fenômeno da mecânica quântica decorrente do tecido do universo. Ele pensa que para fazer o upload do cérebro seria necessário envolver os computadores quânticos.

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