A técnica de overclock nunca foi tão explorada como nos atuais
computadores. Hoje, temos uma série de processadores que já vêm
preparados para facilitar essa atividade.
Graças aos excelentes componentes de refrigeração e às placas-mãe
preparadas para isso, muitos entusiastas se arriscam a levar suas
máquinas aos limites.
Mas isso nem sempre foi assim. Ao longo dos anos, pudemos conhecer
diversos chips que apresentaram ótimos resultados em overclocks,
todavia, o procedimento para aumentar o desempenho do componente era
diferente.
Os entusiastas que não tinham medo e sabiam, pelo menos o básico, o
que estavam fazendo deviam trabalhar com diferentes valores de voltagem e
do multiplicador e com outros recursos da BIOS. Os resultados nem
sempre eram estáveis e, às vezes, era preciso resetar a placa-mãe.
Conferindo os principais sites de overclock, podemos conferir que os
recordes ficam acima dos 8 GHz – os quais são alcançados com
processadores
AMD.
Todavia, ao longo dos anos, diversos outros processadores brilharam
nesse sentido. Hoje, vamos mostrar alguns dos chips que fizeram história
e garantiram desempenho extra a muitos usuários.
1. Intel Pentium 166 MMX
Lançado há quase 15 anos, este processador era uma pequena
atualização da linha anterior de chips Pentium. Como o nome sugere, este
modelo operava com clock de 166 MHz (uau!), o que era excelente para
época. No mesmo período, a Intel oferecia o processador
Intel Pentium 233 MMX como modelo mais robusto.
É claro que o componente mais potente não era necessariamente o mais
compensador. Apesar de ser mais estável e ter alguns benefícios, o
Pentium 233 MMX era muito mais caro. Assim, muitos usuários acabaram
descobrindo que o Pentium 166 MMX poderia trabalhar na mesma frequência e
ter um desempenho bem parecido (custando bem menos).
2. Intel Pentium III 500E
A família Pentium não era nada fraca, mas graças aos excelentes
componentes internos, muitos processadores dessa linha podiam
desempenhar melhores resultados. O Pentium III 500E, que era um
processador de 180 nm, rodava a 500 MHz.
Por incrível que pareça, esse modelo podia ter o clock elevado para
750 MHz. Pode soar pouco, afinal, são apenas 250 MHz, mas, considerando a
frequência básica, podemos ver que o overclock era de 50%. Hoje,
pouquíssimos processadores conseguem repetir uma proeza dessas.
3. AMD Duron 600
A Intel estava caprichando em seus processadores, mas a AMD nunca foi
de deixar barato. Antes mesmo da chegada do Duron e do Athlon, diversos
chips da fabricante já suportavam overclock, mas nenhum se destacava
muito.
O lançamento do Duron 600 foi um caso à parte. Com esse dispositivo, a
AMD começou a dar seus primeiros passos no campo do “custo-benefício”.
Esse Duron rodava a 600 MHz, mas com um truque (incluindo a conexão
manual direto no hardware) que envolvia uma caneta, o usuário podia
ativar o multiplicador da CPU e chegar perto de 1 GHz.
Novamente, analisando os números, podemos ver que se tratava de uma
peça capaz de trabalhar com mais de 50% de sobrecarga. Isso era muito
bom para quem buscava economizar, visto que esse Duron podia apresentar
resultados tão bons quanto os de um Athlon ou de um Pentium de alto
desempenho.
4. Intel Pentium 4 1.6A
A linha de processadores Pentium 4 fez muito sucesso, mas, entre
tantos modelos, o Pentium 4 1.6A ganhou destaque especial. Este foi um
dos primeiros processadores a receber um overclock de 1 GHz e mostrar
grande estabilidade.
A análise do pessoal do PC Stats está disponível até hoje e mostra
que com pouco esforço o processador podia ter sua frequência aumenta de
1,6 GHz para 2,6 GHz. Era um salto considerável em desempenho, afinal,
nesta época, os processadores tinham apenas um núcleo e qualquer
mega-hertz podia fazer a diferença nos jogos.
5. Intel Pentium D 805
Em meados de 2005 e 2006, a
AMD
dominava e mostrava quem mandava no pedaço. Nessa época, a Intel
resolveu lançar os processadores Intel Pentium D. Esses foram os grandes
chips de dois núcleos que podiam trabalhar com incríveis clocks acima
daqueles estabelecidos pela fabricante.
Por padrão, o Pentium D 805 processava na frequência de 2,66 GHz, mas
com algumas modificações ele podia chegar a incríveis 4,1 GHz. Isso era
impressionante para a época e foi algo que impulsionou as vendas da
Intel, visto que esse processador era barato e podia competir com o
Athlon 64 X2 4200+.
6. Intel Core 2 Quad Q6600
Em 2007, as técnicas de overclock já estavam bem consolidadas e
dificilmente um processador poderia surpreender os entusiastas. O Intel
Core 2 Quad Q6600 não fazia tão bonito nos números, visto que
apresentava um salto de aproximadamente 700 MHz.
Entretanto, esse processador ganhou a atenção de muitos jogadores,
visto que proporcionava ótimos resultados em jogos e tinha boa
estabilidade para o overclock. Além disso, vale notar que este foi um
dos primeiros processadores de quatro núcleos a trabalhar tão bem com
sobrecargas.
7. AMD Phenom II X2 550 e X2 555
A linha de processadores AMD Phenom contava com alguns chips capazes
de rodar acima da barreira dos 3 GHz, mas devido a limitações dos
componentes e capacidades de dissipação, essas unidades dificilmente
operavam acima de 4 GHz (desconsidere experimentos com nitrogênio
líquido).
Focando nos gamers e entusiastas, a
AMD
lançou processadores com o emblema “Black”, os quais eram dotados de
recursos que facilitavam o overclock. Até aí, nada de anormal, mas
alguns modelos ganharam notoriedade graças a uma característica fora do
comum: núcleos desativados.
Basicamente, processadores que vinham com dois (Phenom II X2 550) ou
três núcleos (Phenom II X2 720) podiam mostrar melhores resultados com
um simples truque realizado diretamente na BIOS da placa-mãe. Bastava
ativar os núcleos extras para que o chip tivesse poder semelhante ao de
um componente quad-core.
Conforme testes da AnandTech, o AMD Phenom II X2 555 (com quatro
núcleos ativos) tinha desempenho próximo do Phenom II X4 965. A única
desvantagem ficava por conta das limitações na frequência de operação.
Quando dois núcleos eram usados, o chip podia rodar com clock de 3,8
GHz, mas com quatro cores a frequência ficava limitada a 3,6 GHz.
8. Intel Core i5-2500K
Muitas vezes, um processador mais robusto não é necessariamente o
mais indicado para overclocks. Sim, existem muitos modelos top de linha
que trazem recursos para que o usuário possa modificar a frequência com
facilidade, mas isso não quer dizer que eles sejam os campeões nessa
funcionalidade.
No caso dos chips Intel Sandy Bridge, o i5-2500K – a letra K denomina
as capacidades especiais para overclock – apresentava melhores
resultados que os processadores da linha Core i7. Claro, ele tinha
algumas desvantagens na memória cache e em outras especificações, mas
para os gamers e entusiastas, este modelo era um prato-cheio.
De acordo com o
Tom’s Hardware,
o Intel Core i5-2500K podia facilmente trabalhar com a frequência
configurada em 4,5 GHz. Considerando os atuais chips, esse valor pode
não parecer muito, mas vale lembrar que este processador trabalhava, por
padrão, com o clock de 3,3 GHz. O salto de desempenho é
consideravelmente significativo.
9. AMD FX-9590
Bom, para encerrar nosso artigo com chave de ouro, vamos falar sobre
um chip que não é exatamente um campeão para overclock, mas que merece
destaque por já vir turbinado de fábrica. O
AMD FX-9590 é um componente que foi construído pensando nos gamers e entusiastas.
Este modelo opera, por padrão, com a frequência de 4,8 GHz. Esse
clock é bem superior ao overclock que é possível realizar em outros
produtos concorrentes. Além disso, no modo Turbo, o AMD FX-9590 chega
aos 5 GHz sem a necessidade de realizar overclocks.
Ele trabalha seguramente nessa frequência e usuários experientes
podem até puxar mais poder desse processador. É evidente que os recursos
de processamento exigem grande quantidade de energia e liberam muito
calor, mas com a dissipação apropriada é possível domar este monstro.